segunda-feira, 2 de abril de 2012

Intolerância.


Extraído do blog Os três macacos.


Essa semana, protagonizei um episódio parecido com esse. Infelizmente, eu fui o da esquerda. Mas não fui de todo mal intencionado. Quis apenas brincar, fazer uma piada. Dessas que você não pode perder da ponta da língua, quando o teor criativo é demasiado alto. Infelizmente, cutuquei onça com vara curta. Vara? Fui generoso. Cutuquei o animal com um lápis apontado até o final.

Lá vou eu, face-addicted como sou (e como boa parte da população mundial também é), compartilhar uma imagem engraçada e, ao mesmo tempo, crítica, a respeito da prática religiosa de uma das (des)igrejas mais famosas do país. Não fosse a Universal estampando a frente da piada, talvez não fizesse menção de postá-la. Mas não resisti. Compartilhei, seguindo de um "Faz sentido, né?", o que se segue:




F#deu! Meu post, que era pra ser um simples expressar de opinião, virou fórum. A crentalhada, da qual eu faço parte desde 1998, veio em peso me acusar de zombaria. Um deles, do qual não há qualquer necessidade de dizer o nome, veio se expressar em particular, através do bate-papo, dizendo o seguinte: "Você sabe o que fez! De Deus não se zomba, e Ele não vai tomá-lo por inocente!"

Afora com os jargões de igreja, ojerizantes por si só (detesto jargões de qualquer tipo, em qualquer área do conhecimento, quando usados em demasia), queria ressaltar apenas uma coisa que me foi ensinada, ainda nos meus anos infantes: Só Deus pode me julgar. Quem me ensinou isso? A igreja. No entanto, quem fez julgamento de minha pessoa, decorrente desse episódio? Pasme: a igreja.

Eu quis ser vítima? De jeito nenhum. No começo deste texto, assumi a culpa pela generalização contida na piada. Não são as igrejas evangélicas que vivem falando no diabo. Igrejas evangélicas vivem para pregar o Evangelho de Jesus Cristo, no qual eu acredito, apesar de ser o parasita de m#rda que eu sou. Quanto ao resto, chamo-as DESigrejas, porque desfazem o trabalho que Cristo introduziu.

Quis causar impacto. Ele foi maior do que eu imaginava. Fiquei, confesso, temeroso. Não quis mexer em vespeiro, tampouco blasfemar contra nada. Quis somente ilustrar uma problemática que é REAL e diária em muitos ambientes ditos cristãos. Pastores enganando fiéis; dinheiro à vontade, oriundo da ludibriação do público que, iludido, tem medo do satanás e paga o que for pra se livrar de qualquer encosto.

Fui intolerante. E, como troco, colhi intolerância. Generalizei, e colhi julgamento. Onde está o erro? Dos dois lados. Mas penso cá com meus botões: se o facebook é livre, e grátis, e se religião, política e futebol são coisas que não se discutem, por que então são estes os assuntos mais postados naquela rede social? Por que não falamos de qualquer outra coisa, como "Para nossa alegria" ou coisa parecida?

Por que nós GOSTAMOS de ver o circo pegando fogo. Queremos briga, queremos argumentar, queremos estar certos! Nosso ego infla quando a gente pega uma briga, usa argumentos, ainda mais se o mesmo for de teor religioso/filosófico. Jesus disse "Ide e pregai." A igreja entendeu "Ide e impõe." De igual modo, os que são contra os taxam de loucos, alienados. Hipocrisia. Onde está o respeito?




Eu não vou terminar esse texto dizendo o que todo mundo diz. Não vou pedir para que você seja menos hipócrita, mais verdadeiro, mais honesto, menos mentiroso, nem vou apelar para a emoção ao clamar por um mundo melhor. O mundo é uma m#rda, e sempre será. Atitudes como a ilustrada acima, de acordo com o Deus que eu creio, são assassinato. Literalmente, mata-se a pessoa, com uma arma tenaz: a língua.

Termino, ao invés, dizendo o seguinte: talvez eu continue a generalizar, vez ou outra. Vou errar muito ainda. Você também vai errar. Todo mundo vai errar. Para o erro, porém, e principalmente para o orgulho, há uma palavra que, quando dita, leva o peso do mundo inteiro: desculpa. Estou aqui pedindo as minhas sinceras desculpas. Sugiro que, humildemente, você peça as suas também.

Até quinta.


Pra quebrar a expressão sisuda:
Coisas que gostaríamos de dizer - Peido no elevador.

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