segunda-feira, 19 de março de 2012

Simples.

"Esta era uma época bastante típica. Eu era solteiro. Tudo o que eu precisava era de uma caneca de chá, uma luz e um Som. E era isso o que eu tinha." (Steve Jobs, 1982) - Tradução livre.



Bom, eu não sou Marília Gabriela, mas é com essa citação acima que eu inicio o post de hoje. Morto de sono, é verdade. Pra variar, fui dormir à 01:00 da manhã, fazendo coisas inúteis como checar o Facebook, ficar na frente do computador olhando para a área de trabalho sem necessariamente fazer alguma coisa, e me recusando a deitar, embora eu estivesse já pescando em frente ao Mac. Começo o dia com um Steve Jobs novinho, sua foto e citação, todos de 1982, para dizer que uma coisa nele me chama atenção: a simplicidade com a qual organizava suas coisas.

Todo mundo sabe que ele era um gênio. Co-fundador da Apple, fez produtos revolucionários que até hoje causam febre em meio mundo de gente, principalmente em mim, Apple-maníaco assumido. Dizem que era arrogante, prepotente, mal educado e grosso. Problema dele. Ninguém nasceu no mundo pra ser mocinho a vida inteira, tampouco para agradar a expectativa de terceiros. Ele era o que era, e não iria mudar por ninguém. Arrisco dizer que, se assim tivesse sido, não teríamos a tecnologia que temos hoje, em mãos.

Entretanto, a sua simplicidade, o seu bom gosto, e o seu desejo por detalhes me chama a atenção de uma forma que eu nunca pude imaginar. Andei lendo algumas coisas a seu respeito. Há um livro, em minha cabeceira, que teimo em não terminar, por preguiça de chegar até o seu final. Vale, porém, o sacrifício, porque explica, em detalhes, (como ele gostaria que fosse) pontos de sua vida que contribuíram para o seu sucesso. O livro se chama "O Fascinante Império de Steve Jobs." Recomendo-o fortemente.

O livro narra inclusive o que a foto acima ilustra, de modo claro. Jobs morava em um apartamento muito simples, no ano de 1982, contendo apenas uma luminária e um Som estéreo encostado na parede. Confesso que não seria tão fácil assim para mim morar nesse esquema. Gosto de uma cama, um sofá, uma TV, móveis. Mas o que eu gosto de ver nessa foto era que a sua filosofia de vida não ficou só voltada para a sua vida pessoal e/ou seu apartamento. Ele a trouxe para a sua empresa, para o seu negócio.

E funcionou.

"O único problema com a Microsoft é que eles não têm bom gosto. Em absoluto. E não digo isso de modo sutil. Falo de modo grande, no sentido de que eles não trazem idéias originais, tampouco trazem cultura aos seus produtos. [...]"

Steve Jobs era meticuloso em tudo. Amava o design de seus produtos. Não é à toa que gosto de iPod, iPad, iPhone, Mac. O bom gosto que, segundo Jobs, a Microsoft não tinha (e não tem) imperava na cabeça do cara. Tudo precisava ser bem trabalhado, bem elaborado, bem feito. Muito mais do que o que a moda impõe, o que me admira nesses produtos é justamente o que eles representam. A 2 ou 3 anos atrás, eu queria um iPhone por ser, à época, o telefone celular mais cobiçado do mundo. Virou tendência. Senti-me atraído. Obtive um, ao qual não dei muita importância, por perder a graça depois de um tempo.

Hoje, possuo um iPod Shuffle, um iPhone 4S e um MacBook. Aprendi a gostar da empresa, a querer entender sua estratégia de marketing, seu poder de venda. Fui abduzido por ela, e não tenho vergonha de dizê-lo. Isto aconteceu graças a um professor (e amigo) que tive em San Diego, Brian Hawkins. Sua cadeira de Marketing fez com que eu, além de desenvolver um certo gosto por propaganda e vendas, desenvolvesse também uma paixão gigante pela Apple. 

Jobs costumava dizer: "It just works!" Ou seja, simplesmente funciona. É o que queremos. Nós, consumidores mais do que ativos no mundo (e não adianta fugir disso com discursos moralistas e/ou ecológicos. Somos o que somos por conta da velocidade com a qual o mundo dá suas voltas.) queremos coisas que funcionem de verdade. Máquinas bem elaboradas, que valham a pena cada centavo gasto nelas. Nesse ponto também a rigidez de Jobs se fazia presente. Ele queria produtos que beirassem a perfeição, tanto interna quanto externamente.

Não estou aqui para servir de advogado da Apple, embora à esta altura do campeonato eu já deva estar sendo xingado por defender tanto alguém (ou uma empresa) que não dava (dá) a mínima pra mim. Estou aqui para dizer que, assim como todo mundo se espelha em algo ou alguém, eu escolhi me espelhar na Apple, para muitos aspectos da minha vida. Simplicidade interna e externa significa muito para mim nos dias de hoje. Não é fácil atingir esse patamar. É preciso trabalhar. Muito.

Trabalhar externamente, como eu fiz semana retrasada, ao decidir de uma vez por todas dar uma limpa geral no meu quarto. Sabe quando vc toma uma decisão, e não faz mais nada (nada!) até tê-la concretizado? Pronto. Este era eu há duas semanas atrás. Triste por conta de um problema pessoal, decidi ocupar a minha mente com algo. Quando me deparei com a zona que estava o meu recanto, não tive dúvida.

E trabalhar internamente, como ainda o faço, sendo este blog um dos meios pelos quais eu tiro meus lixos psicológicos. Confesso que é o mais difícil. Mas a jornada é divertida. É prazerosa. Olhando para o meu quarto, quase vazio, limpo e organizado, vejo como é bom estar em um ambiente onde se possa achar as coisas, onde se tenha prazer de olhar e ver um lugar confortável para se ficar, sem a agonia de uma roupa jogada no chão, ou coisas empilhadas de qualquer jeito no canto da parede, seja ela física ou mental.

Até segunda!

Ilustrando tudo que disse até agora:
Comercial do MacBook Air (Outubro, 2010).

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